Do portal do meu galpão
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- Calcular frete"No gigantesco rodeio dos tempos, instintivamente, levo a mão das rédeas no rosário e marco na talha, mais um agosto. Estamos enfrentando mais um inverno que, nestas plagas do Sul, costuma semear agruras empalidecendo o rosto dos nossos campos de onde somos crioulos. Os pássaros estão silentes, sumiram as flores nativas que têm o poder de matizar a vida... tarumãs, umbus e cinamomos estão com suas lindas copas inteiramente desnudas. Quando o gélido Minuano, que chega de galope estendido e apeia sobre a querência, pecha no pano sagrado de nossos baetas coloradas, arrepia as pelagens das potradas e gadaria desalinhando as melenas dos macegais. É no rigor dessas invernias que os homens do campo, nas noites largas e madrugadas quietas, olham melhor pra dentro de si, arrinconados juntos aos fogões galponeiros buscando alento nesse atávico costume de sorver o mate amargo, ouvir a cambona chiar e charlar, em silêncio, consigo mesmo..."
Fábio Vaz Mattos nascido em Bagé, localidade do Rodeio Colorado, no ano de 1958, é filho, neto e bisneto de produtores rurais viveu no campo até a idade de prestar o serviço militar Exército brasileiro. Estudou nas escolas José Otávio Gonçalves, José Gomes Filho e Antônio Carlos Kluwe até o nível médio.
Logo após o período militar, passou a dedicar-se ao comércio abrindo o próprio negócio onde se encontra até hoje. Concomitantemente, dedicou-se à música e a poesia assim como seus ancestrais. Produziu dois CDs com letras, melodias e interpretação autorais e agora esta obra literária que abrange poesias, causos e histórias de vida, tendo, inclusive, as participações de seu pai Artur de Deus Mattos e de seu bisavô Juvêncio Leão de Mattos.
